quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Boas festas!

Boas festas, um Natal e Ano Novo muito abençoado!

Para todos os conterrâneos de Sabouga, presentes e ausentes, em Portugal e no estrangeiro, boa sorte!

Natal
Dia mágico...
Para ricos e probres,
Para todos... por igual...
AMIZADE FRATERNIDADE E SOLIDARIEDADE

Olá, sou Airama. Obrigada pelos vossos comentários.
A(o) Sr.(a) J.R., é gratificante saber que não é de Sabouga, mas que tem interesse pela aldeia. Continue os seus objectivos para o bem estar de Sabouga, não desanime, a história é feita pelos audazes que persistem na luta e não baixam os braços ao primeiro obstáculo. Já não sou jovem, e nada ou pouco posso fazer por melhoramentos da nossa terra, mas quis tirá-la do anonimato.
Porquê eu a fazer isto? Porquê sobre Sabouga?
Quanto à primeira interrogação talvez se deva ao facto de ser uma filha da terra onde se insere a referida aldeia de Sabouga.
Quanto à segunda questão, a mais importante, é o interesse em saber a sua origem.
A aldeia de Sabouga pela sua proximidade com Vila Nova de Poiares está mais indicada para ter sido integrada na freguesia de Lavegadas, em detrimento da freguesia de Pombeiro, mais afastada e sem quaiquer ligações à zona, a não ser aquelas que puderam advir do início da formação das povoações e por divisões de terra entre a monarquia e o clero. Como se pode ver num documento do séc XII em que D.Teresa estabelece os limites entre Souto Seco Pombeiro e Sabouga.
Porventura haverá outros documentos talvez mais científicos que possam dar a conhecer mais pormenores acerca de Sabouga, mas de certeza não terão em seu conteúdo os homens fortes, pilares de um desenvolvimento de uma população rústica-"urbana", que lutou séculos pela sua sobrevivência. Que souberam trabalhar uma terra pouco arável e torná-la num jardim, desde o Vale de Grande ao Vale de Amarela, terras sempre cultivadas, matas limpas. Gente simples mas trabalhadora, acima de tudo alegre. Na apanha da azeitona, sacha do milho, ceifa, etc, ouviam-se homens e mulheres a cantar, ainda me lembro de um verso que ouvia cantar no fim da apanha da azeitona. Alguns trabalhadores faziam um ramo com flores silvestres e raminhos de oliveira, entre outras canções cantavam aos patrões no fim da apanha:

Tome lá este raminho
Criado nos olivais
Este ano houve muito
Para o ano há-de haver mais.

Havia também a canção do linho que cantavam quando iam pôr o linho na água, na ribeira ou o estavam a fiar:

Linho

Linhas brancas como a neve
Como a neve aos farrapinhos
Quem as doba dobe dobe
Dobá-los com mil carinhos
Desde o riponso até ser fiado
Ó que canseiras ó que cuidados
Aos serões e à luz da lua
Ó que ilusões por causa tua.

Tudo isto até à década de 60, daí para cá deu uma reviravolta grande.
Sabouga não era tão pobre como parecia, era rica na natureza, talvez os seus habitantes não soubessem o valor que existia nos morouços de pedras e no barro vermelho. Por exemplo, em Pombeiro tem um pelourinho no largo em frente à capela de Santo António que o original foi construído com fuste de grês de Sabouga, segundo o Visconde Sancho Frias. Hoje já não está no original, uma vez que foi restaurado em 1997. O brasão de Pombeiro também tem dois montes vermelhos que simbolizam a serra de Sabouga, de onde foi extraída a cantaria que fez alusão a arcos e colunas dóricas das armas dos senhores de Pombeiro. Como estes outros, haveria que beneficiaram das pedras dos grandes morouços e barro, que os naturais de Sabouga não souberam ou não quiseram, ou não puderam dar-lhes o seu verdadeiro valor de exploração.
O séc XX ficará na história como o século do inacreditável. A tecnologia encaminhou o homem para uma Era moderna, os estupendos progressos da nossa época explodiram de tal maneira as mudanças culturais. Milhões de pessoas mudaram-se das zonas rurais para as grandes cidades; os transportes modernos encurtaram tanto o mundo que todos os homens do planeta são vizinhos uns dos outros; luxo, conforto e prazeres desconhecidos pelas gerações passadas, tornaram-se coisas comuns. O ritmo de mudanças que se desenvolveu rapidamente na vida moderna, faz com que se esqueça as origens, daí muitos abandonarem a sua aldeia e esquecê-la por completo. ATENÇÃO não sou contra quem vai à procura de melhor vida, sim de quem esquece a sua terra. Os que a amam de verdade nunca a esquecem, e fazem o que estiver ao seu alcance para a engrandecer, uns de uma forma e outros de outra. Lembrem-se da vossa terra aonde os nossos antepassados lutaram pela sobrevivência e onde muitos viram a luz do mundo pela primeira vez. Apelo também para os senhores presidentes da câmara e junta de freguesia, que nos ajudem! Não queremos deixar morrer a esperança contamos com a vossa ajuda para cumprir os nossos objectivos, os tempos são difíceis mas com boa vontade muitas coisas podem ser feitas para o benefício de todo o concelho. Não esqueçam Sabouga, não a deixem ao abandono, temos o centro há tanto prometido. Também gostaríamos de ver o caminho da Igreja Nova Sabouga alargado e alcatroado com ligação à outra estrada junto ao pontão ou onde entendessem. Aonde houver estradas há progresso. À cabeça do Pardo, Vale da Pena e Lombinha, se fosse servida com uma boa estrada algum aventureiro com garra e determinação, e ajuda do turismo poderiam fazer grandes coisas. À Lombinha com a ribeira explorada faziam um bom retiro de lazer, mas para isso tem que haver boas estradas. Tenho viajado por sítios onde se encontram retiros com restaurantes em zonas rurais que quem não vê não acredita que possam existir, e estou certa que muitos de Sabouga também conhecerão isso.
Vou deixar aqui com um gesto simples e humilde uma homenagem aos grandes homens do séc XX e seus antepassados.

Airama diz:
Recordar é viver, justo seria mencionar e colocar fotos de todos os conterrâneos de Sabouga do séc XX, que já faleceram, outros que estão vivos, e que fizeram parte da comunidade da nossa terra. Uns nascidos lá e outros vindos de fora. Achei que não devem ficar no anonimato, e com todo o respeito aqui são recordados.
Às famílias: José Franciso, António dos Santos, José Rodrigues, Augusto Alves, Adriano Rodrigues, Bernardo Rodrigues, António Larguesa, António Ferreira Quintã, Casimiro Francisco, Alfredo Resineiro, António Fonseca, António Espanhol, António Combo, Joaquim Francisco, António Júnior, Marcelino Henriques, Augusto Rodrigues.
Aos que já faleceram mas as esposas estão vivas: Gonçalves, Eugénio, José Marques, Joaquim Terrina, Emídio Ferreira, António Silva.
Às senhoras falecidas que desconheço o nome dos maridos: Comba de Jesus, Deonida e Maria do Cabeço, Maria Adelina, Júlia e Dionídia da Eira, Júlia e Augusta do Soladinho, Elisa, Tinita, Rosa. Peço desculpa se faltar algum nome.
Agradecia se alguém tivesse fotos, ou se conseguisse arranjar, que fizesse um blog destas PEQUENAS-GRANDES famílias em homenagem a estas e seus antepassados.
Muitos mais assuntos podiam ser explorados de apoio a este trabalho, no entanto, o essencial para perceber o porquê das coisas e a homenagem aos homens e suas famílias e seus antepassados, a quem muito se deve pelo esforço que fizeram no passado deixando-nos o legado da nossa aldeia da qual me orgulho.

O meu muito obrigada.



HOMENAGEM


QUERO PRESTAR A MINHA SINCERA E SENTIDA HOMENAGEM A TODAS AS FAMÍLIAS DO SÉCULO XX E XXI E SEUS ANTEPASSADOS DO LUGAR DE SABOUGA, QUE INFELIZMENTE JÁ NÃO FAZEM PARTE DOS VIVOS.
DEDICATÓRIA A TODOS
AIRAMA.

A minha biografia

  1. Não sou alta nem baixa.
  2. Nem magra, nem gorda. Sou normal.
  3. Gosto de ler toda a literatura.
  4. Amo Deus.
  5. Tenho a minha dignidade com humildade.
  6. Gosto de pessoas intelectuais mas com simplicidade.
  7. Destesto arrogância misturada com a ignorância.
  8. Gosto de todas as pessoas, só não gosto de certas atitudes dessas pessoas.

A honestidade e a humildade andam de braço dado, e são a mãe das virtudes.

Assim é a minha biografia!